quinta-feira, 5 de abril de 2012

Materia do site http://www.capoeiradobrasil.com.br/

Cordão de Ouro
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Grupo de Capoeira formado no final da década de 1960 por Mestre Suassuna. Destaca-se entre os vários grupos pela excelência técnica e rica movimentação. Mestre Suassuna sempre manifestou um cuidado extremo em relação à preservação da beleza e da técnica na movimentação de Capoeira.
   A Associação de Capoeira Cordão de Ouro foi fundada em 1o. de setembro de 1967, em São Paulo, e é presidida até hoje pelo Mestre Suassuna. Constitui, portanto, um trabalho de 33 anos que, sem nunca desligar-se de suas fortes raízes, promoveu o desenvolvimento da capoeira em seus múltiplos aspectos - cultural, artístico, esportivo, social, pedagógico.
        Nos primeiros tempos da Cordão de Ouro, Mestre Suassuna e seu amigo e parceiro Mestre Brasília faziam espetaculares apresentações de Capoeira, exibindo avançadas técnicas de jogo e de luta; tempos difíceis aqueles, em que 
Suassuna aplica uma chapa em Brasília, que se aproxima com faca.
 o preconceito da sociedade paulistana em relação à Capoeira ainda era muito grande, e, como ainda não tinham discípulos preparados (à exceção do Paulão, um cara alto, magrão, de bigodes, pernas compridas e uma meia-lua de compasso perigosíssima, mortal), os dois mestres tinham de se apresentar muitas vezes sozinhos (na Academia, às vezes, jogavam ininterruptamente por três ou quatro horas seguidas); com o tempo, começaram a despontar os seus primeiros "bambas": Lobão, Esdrinhas, Tarzan, Malvina, Armando, Freguesia, Almir das Areias, Caio, Miguel, Cidão, Belisco, Kenura, Zé Carlos... e o Grupo começou a crescer.
Suassuna e seu discípulo Lobão.
        Surgiram as primeiras academias filiadas, em São José dos Campos (a Besouro Mangangá, de Lobão e Esdras Filho) e Campinas (Tarzan). 
Mestre Bimba entre Esdras Filho e Lobão, em São Paulo, 1972.  
    Em Itabuna, ficou Luiz Medicina, o primeiro discípulo formado de Mestre Suassuna, e  logo fundou o Grupo Raça, filiado à Cordão de Ouro. Daquela região (Ilhéus, Itabuna etc.) vinham muitos capoeiristas, assim como de Salvador, todos buscando uma oportunidade em São Paulo.
    Suassuna os recebia e orientava, dando-lhes abrigo, apoio - algumas vezes, até mesmo  financeiro. Foi a fase em que sua academia, então na rua das Palmeiras, ficou conhecida como "Consulado Nordestino". Ali se travaram as mais espetaculares rodas de capoeira de que se tem notícia em São Paulo; além dos Mestres que compõem o grupo de pioneiros da Capoeira paulista - Suassuna, Brasília, Pinatti, Zé de Freitas, Ananias, Joel, Gilvan, Paulo Limão, Silvestre, Esdras "Damião", Ayrton Onça -, muitos outros freqüentaram aquelas rodas, travadas aos sábados à tarde. Era como ir à missa, pra ver os mestres ensinarem...
    O jogo de Suassuna se destacava entre todos. Não havia quem o apanhasse na roda de capoeira, a despeito de sua pequena estatura. Sobravam-lhe agilidade, habilidade técnica, velocidade sempre que necessário, elasticidade, criatividade, um maravilhoso senso-de-humor e... malícia, muita malícia.
    Suassuna continuou trabalhando duro, e formando os seus bambas. A terceira leva de bambas reunia capoeiristas espetaculares, plenos de recursos, surpreendentes: Tihane, Biriba, Dal, Flávio Tucano, Quebrinha,  Risadinha de Zambi, Marcelo Caveirinha, Ricardo Perez, Alegria, Marinheiro, Dr. Cícero, Falcon... ... ; outros vieram depois, como Espirro-Mirim, Geraldinho, Urubu Malandro, Canguru, Sarará,  Tião, Durinho, Tourinho, Lucifer, Xavier, Geraldinho, Ponciano, Zé Antônio, Zé Paulo, Bolinha, Plínio, Lou, Selma, Filipe, e tantos outros, todos trabalhados pelo cinzel do Grande Feiticeiro, que sempre recusou o ensino massificado, reservando a cada um a liberdade para bem definir o seu próprio estilo de jogo. Daí a excelência destes e tantos outros jovens capoeiristas, mestres, artistas/lutadores completos que, hoje, já começam a fazer história.
    Isso, pra não falar das mais novas gerações, promessas de futuro, capoeiristas que consagram o que hoje em dia já se chama de "Jogo do Miudinho".
     Avesso a todos os rótulos, rebelde e irrequieto, Mestre Suassuna bem pode estar neste exato momento trabalhando alguma nova surpresa, a ser acrescentada ao rol daquelas já registradas em sua monumental carreira de Grande Mestre de Capoeira.

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